Zine rEXISTIR

O processo de mudanças em favor das maiorias na Bolívia corre o risco de ser brutalmente cortado. A ascensão ao poder de um presidente indígena, eleito com um respaldo sem precedentes nesse país, e seus programas de beneficio popular e de recuperação dos recursos naturais, tiveram que enfrentar desde os primeiros momentos as conspirações oligárquicas e a ingerência imperial. Nos dias mais recentes, a escalada conspirativa alcançou suas cotas máximas. As ações subversivas e anticonstitucionais com que os grupos oligárquicos pretendem dividir a nação boliviana refletem a mentalidade racista e elitista destes setores e constituem um perigosíssimo precedente, não só para a integridade desse país, mas também para a integridade de outros países de nossa região. A história mostra com sobrada eloqüência as terríveis conseqüências que em todos os terrenos têm tido para a humanidade os processos divisionistas e separatistas induzidos e respaldados por poderosos interesses forâneos. Diante desta situação, os abaixo-assinados queremos expressar o nosso respaldo ao governo do Presidente Evo Morales Ayma, às suas políticas de mudança e ao processo constituinte soberano do povo boliviano. Ao mesmo tempo, rechaçamos o chamado Estatuto autonômico de Santa Cruz por seu caráter inconstitucional e por atentar contra a unidade de uma nação da nossa América. Chamamos todas as pessoas de boa vontade a unirmos nossas vozes para denunciar por todas as vias possíveis esta manobra divisionista e desestabilizadora em uma hora histórica para a América Latina.

VOCÊ PODE MANIFESTAR SEU APOIO A BOLÍVIA ASSINANDO A PETIÇÃO ONLINE:

link: TODOS COM BOLÍVIA

BOLÍVIA UM EXEMPLO PARA O MUNDO:

O processo boliviano é um exemplo para todo o continente e para o mundo. O Humanismo Universalista reconhece uma genuína correspondência com os princípios e não discriminação e não violência que animam o governo da Bolívia na hora de levar adiante seu processo revolucionário. Bolívia está mostrando um caminho de liberação e humanização para nossos povos. O Fórum Humanista Latino-americano se compromete a continuar difundindo em todo o mundo esta valiosa tentativa.

Fazemos nossa a proposta do presidente Evo Morales para incluir a renúncia à guerra como artigo constitucional em todos os países da região. Este gesto, somado a seu intento por recuperar a dignidade do povo boliviano por meio de uma metodologia de ação não violenta o fazem merecedor do Prêmio Nobel da Paz.

Na América Latina estão surgindo projetos político-sociais que priorizam o bem estar de seus povos acima da ditadura das exigência macro-econômicas. Neste sentido, a recuperação dos recursos naturais e energéticos e dos serviços básicos de água, luz e telecomunicaçõ es vai precisamente nesta direção. A retirada do CIRCI (CIADI/ISCI) por parte do governo da Bolívia é uma medida que contribui para avançar para um melhoramento das condições de vida de seu povo e uma medida a ser implementada por outros países latino-americanos.

A resolução de conflitos históricos e o desarmamento progressivo e proporcional entre países da região são temas fundamentais para a integração latino-americana. As guerras não são iniciativas dos povos mas são de interesses econômicos que os exploram. A aspiração da Bolívia por uma saída soberana ao mar é um dos conflitos emblemáticos da região e este Fórum continuará colaborando decididamente para que este país alcance este objetivo histórico.

A respeito da questão ambiental, o Fórum considera necessário construir uma legislação regional que pare a ação depredadora do capitalismo selvagem. Os recursos naturais e energéticos são a base material da sobrevivência dos povos e asseguram seu futuro, por tanto, não podem estar abandonados à ambição do lucro. Na mesma direção, estudaremos a possibilidade de organizar um fórum internacional sobre o aquecimento global e da responsabilidade direta do capital especulativo neste alarmante fenômeno global.

A formação de Assembléias Constituintes por parte da Bolívia, Equador e Venezuela, para substituir Constituições obsoletas e anti-democráticas é um caminho a seguir pelos outros países da região.O Fórum adere à tentativa destes países em construir uma nova ordem institucional democraticamente consensuada, alcançando, por meio deste procedimento legislativo, um acordo social majoritário e sem exclusões.

Amigos e amigas: este Fórum significou um grande avanço no diálogo, na complementação e ação conjunta entre os povos de nossa região. Convocamos ao III Fórum Humanista Latino-Americano a ser realizado em 2008 em Buenos Aires (Argentina) a todas as pessoas, organizações sociais, políticas, culturais e governos que queiram trabalhar para reforçar a integração latino-americana, sob o signo da paz, da soberania e da liberdade de todos os habitantes de nossa região.